O Ministério Publico Federal em Goiás (MPF-GO)
reafirmou nesta quinta-feira (25) que o bloqueio de bens da empresa BBom,
investigada por suspeita de pirâmide financeira, está mantido e que não foi
firmado nenhum Termo de Ajuste de Conduta (TAC) com a companhia. Em um vídeo
publicado na internet, o presidente da empresa, João Francisco de Paulo, envia
um recado aos associados e destaca que o time jurídico da BBom conseguiu um
acerto. “As férias acabaram definitivamente”
De acordo com o MPF-GO, a empresa apresentou uma sugestão para que as atividades fossem liberadas, porém, em uma análise preliminar, os procuradores da República Mariane Guimarães e Helio Telho constataram uma série de irregularidades. Uma delas, segundo o órgão, seria a falta da relação completa de investidores no esquema, com os respectivos valores aplicados. “Ademais, entendemos que qualquer tratativa de acordo só seria possível com a devolução de toda a quantia investida aos consumidores e a adequação da empresa às regras da Associação Brasileira de Empresas de Venda Direta, da qual a empresa não é filiada”, explica Mariane Guimarães.
Sendo
assim, a companhia continua com as atividades suspensas e
mais de R$ 300 milhões em bens bloqueados. “O MPF tem o
compromisso com a lealdade e a transparência, e esse tipo de atitude por parte
da empresa é inaceitável. O fato será comunicado em juízo para que seja
aplicada a penalidade cabível por propaganda enganosa. Não aprovamos esse
comportamento da BBom em plantar notícias falsas na internet no intuito de
induzir a erro dos consumidores com informações falaciosas”, ressaltou a
procuradora.
Procurada
pelo G1, a assessoria de imprensa da BBom confirmou que não houve
oficialização de um TAC, mas reitera “que as partes estão se ajustando ao novo
modelo de negócio a ser adotado pela empresa”. Sobre o vídeo, a companhia
explicou que o presidente João Francisco de Paulo referiu-se às mudanças que
serão implantadas e não sobre desbloqueio das atividades.
Tentativa
de saque
No último dia 21 o
MPF-GO informou que a BBom foi alvo de uma outra medida judicial. Na ocasião, a
companhia teria tentado desviar dinheiro para outra empresa
“laranja”, mas a ação foi impedida por uma liminar da Justiça.
O esquema, segundo o
MPF-GO, teria sido idealizado e executado pela diretoria administrativa da
Embrasystem, detentora do nome fantasia BBom. A empresa “laranja” foi batizada
como Webcard Administradora de Cartões Ltda. e transferiu R$ 8,6 milhões para
outra companhia, lícita, que emitiria e administraria os pré-pagos “Cartões
BBom”. Estes seriam destinados a associados do grupo para o recebimento de
rendimentos obtidos com a adesão de novos integrantes.
Ao descobrir a
transferência, o MPF entrou com um pedido de liminar para que o dinheiro fosse
bloqueado. O juiz federal Juliano Taveira Bernardes aceitou a medida no último
dia 10. Com isso, os R$ 8,6 milhões foram depositados em uma conta judicial.
Bloqueio
de bens
A BBom é investigada por
uma força-tarefa, que realiza uma varredura em todo o país contra a prática de
pirâmide financeira, que é ilegal. Em Goiás, os Ministérios Público Federal e
Estadual suspeitam que a companhia não tenha todos os rastreadores oferecidos
aos associados.
Fonte : G1
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